domingo, abril 30, 2006

Glamorosa










A mídia é glamorosa. Glamoriza a prostituta Bruna Surfistinha, glamoriza a Tati Quebra-Barraco e diz que é cultura; glamoriza o hip-hop americano e suas letras obscenas. As novelas glamorizam a troca de parceiros, a nova novela das dezenove horas não tem família normalmente constituída, pois os heróis são criados por tios, ou são adotados. Os que tem pai e mãe são anti-heróis, cheio de problemas morais e éticos. O amor nas novelas só acontece fora das relações normais, nas relações de adultério, ou homossexuais.
Pensava de forma temerária no filme americano O Segredo de "Broquebequemautain", e na sua mensagem sobre só haver felicidade na relação homossexual, quando por alegre surpresa, ouvi o Goida comentando o filme e criticando esse aspecto da história.
Vivenciar a democratura nos coloca num brete: Para respeitar as minorias, os direitos humanos, devemos tolerar que a liberdade nos impeça de criticar as minorias.
Mas se há liberdade, por qual motivo teríamos de tolerar que os relacionamentos homossexuais, ou mesmo as letras absurdas do hip-hop nacional e internacional, e a nova heroína prostituta, como exemplos a serem seguidos?
Na reportagem de hoje apareceu, sem nenhuma crítica, uma "trabalhadora do sexo" que iniciou sua carreira após ler o livro do novo modelo de mulher brasileira, que já concedeu entrevistas em vários programas e agora, quando todos pensavam que ela tinha largado a vida como disse, ela já aparece em fotos pornográficas na internet.
Na minha cidade, ocorreram duas paradas gays. Um grupo é dissidente do outro, isso não acontece só nos partidos políticos.
Então, em pleno dia, vemos desfiles de corpos nus,uns até deformados pelas auto-mutilações, e famílias inteiras vão assitir. Especialmente crianças com seus pais glamorizados, aprendem desde cedo sobre a liberdade de opção e conseguem ver na praça pública, em pleno dia, sem restrições, o exercício da liberdade em se vestir sem roupas, apresentar cenas e gestos eróticos, beijos lambidos entre lésbicas e gays ex-homens.
Para a pergunta sobre por qual motivo fui ver ou mesmo a critica de que as crianças deveriam ter sido deixadas em casa respondo: Não fui assitir pessoalmente, mas a glamorosa mídia mostrou a parada gay no jornal da manhã, no jornal do meio-dia, no jornal das vinte horas, no jornal das vinte e quatro horas, e tudo com invariáveis entrevistas de apoio. Não teria como qualquer criança deixar de ver com tanta qualidade jornalística sobre evento tão importante.
Creio que é bom começar a avaliar o que é minoria realmente.
Se negros reunissem um milhão de manifestantes em defesa dos seus direitos, após 450 anos de escravidão, não faltaria quem dissesse que as políticas compensatórias de quatro séculos de humilhações, e mais um de segregação, seria um rascismo às avessas.
Na realidade não estou sendo nada glamoroso, afinal o glamour hoje está em rebaixar a mulher através da música, popularizar como meio de vida a prostituição e mostrar que a felicidade está na homossexualidade e em familias só de mães, só de pais, ou só de tios.
E se alguém disse que tudo isso são os retratos da vida e nada mais, eu digo que existem retratos muito mais belos, dignos e realmente solidários com uma sociedade que se deseja mais próspera.
Pasmem, sou totalmente contra a discriminação de tudo isso que critiquei, só não tolero mais a glamorização do avesso. Afinal, sou de uma minoria que ainda crê na liberdade de sermos como desejamos e de crer que posso seguir amando minha mulher, ver meus filhos desejarem encontrar a felicidade no amor com uma pessoa do sexo oposto, e poder curtir Emilio Santiago, Almir Satter, Pena Braca e Xavantinho, Caetano, Gil, Chico Buarque, Tom Jobim, Alcione, Marisa Monte, Elis Regina, Nora Jones, Ray Charles, Frank Sinatra,Santana, Eric Clapton, B.B. King,Ivan Lins,Nando Reis, Ed Motta, Carlinhos Brown, Ivete Sangalo...
E ainda por cima, ter como exemplo de mulher, não a Madre Tereza, mas a Dra. Zilda Arns já estaria bonzinho né?

"Chega a frente fria numa bola de neve
Rola e cresce trazendo consigo a avalanche
A palavra pesa e nos olhos há fogo."

quinta-feira, abril 27, 2006

Paixão, Futebol e o Fim do Mundo


Hoje meu time jogou uma partida pela Taça Libertadores da América e fomos vitoriosos no escore, no futebol e na raça. A paixão pelo futebol, especialmente num ano de copa do mundo se aquece e passamos a curtir uma vitória que não é individual, mas de milhares de pessoas que comungam do mesmo desejo incondicional, que é a vitória do time de futebol que escolheram.
Estive no estádio do meu time, na partida contra nosso mais tradicional rival. Então levei meu filho, como fora feito comigo na mesma idade que ele. Era para ser uma linda festa de vitórias, porém encontrei derrotas. Especialmente a cada vez que ouvia os cânticos cheios de palavrões, cantados por crianças, mulheres, senhoras e homens. A igualdade entre homens e mulheres também está ocorrendo pelo nível mais baixo. Foi tudo muito decepcionante. Decidi não mais levar meu filho a um lugar desses.
Eu o amo muito e definitivamente um ambiente desses não é mais adequado.

"A tranquilidade está perto e distante a tristeza
Dormem os anjos o sono e que o sonho bom os alcance
Amanhã os olhos verão a alegria no café da manhã."

segunda-feira, abril 24, 2006



Um dia lindo de outono e de muito trabalho. Escuto as criticas ao momento político, analiso o resultado das pesquisas, leio a coluna do Paulo Santana que diz que Lula não entende ou não sabe de nada do que se passa com o País, pois disse que o atendimento de saúde no Brasil é quase perfeito.
A imprensa é hoje invariavelmente de comentaristas. São comentaristas de futebol, de política, de moda, gastronomia. Os espaços são muito mais generosos aos comentários do que às reportagens e quando elas ocorrem, são invariavelmente comentadas. Não dá tempo do públcio tirar suas próprias conclusões.
O SUS é hoje alvo de estudos de países como os Estados Unidos. Com todas suas mazelas, todo e qualquer do povo é atendido. Os maiores e mais caros procedimentos são feitos com dinheiro de impostos e são tantos os exemplos.
Razão tem todos aqueles que não tem atendimento adequado, esperam demais nas filas, morrem antes da consulta com o especialista acontecer, de tanto que demora. Porém, nem tudo é perfeito, porém tem muita coisa perto do perfeito.
Cidadãos, mais especialmente jornalistas, deveriam analisar tudo o que se diz e o que se faz num melhor contexto, pois as críticas possíveis ao Governo Lula são imensamente numerosas, não sendo necessário omitir os outros lados verdadeiros dos acontecimentos.
A classe média gaúcha, me parece informam as pesquisas, não pretende votar em Lula. No Rio Grande do Sul, na Região Metropolitana ela ainda existe. As pesquisas não oferecem bons índices aqui para o atual Presidente da República. Reflexos de um governo que deixa a desejar e isso é imperdoável para aqueles formadores de opinião, que tem acesso a leitura e com as condições básicas atendidas, podem mais apropriadamente se decidir e influenciar nos processos eleitorais.


Hoje estive num hipermercado de Porto Alegre, de ótimo padrão econômico e freqüentado pela classe média e média alta.
Estacionei o carro perto de uma das entradas no subsolo. Defronte estavam as vagas destinadas aos deficientes físicos, umas 4 ou 5.
Na chegada, vi um cliente num carro de alto valor carregando-o com as compras. Na saída, uma senhora distinta num outro carro de luxo deixava a vaga, sorridente.
Nenhum deles era deficiente físico, e os outros carros estacionados nas vagas especiais, não continham o adesivo oficial que identifica os automóveis das pessoas com necessidades especiais.
Existiam várias vagas ao redor, que não aquelas especiais.
Fiquei pensando: Se eu puxo assunto com algum desses cidadãos, sobre política, poderia ouvir que "O Lula não tem ética e não entende nada de saúde pública".
Mesmo assim, Lula chegou a Presidência, enquanto muitos dos seus julgadores seguem agindo como se tivessem necessidades especiais. E talvez tenham.

"A Lua deve estar prateando o Lago
Já faz um certo frio na noite de estrelas.
Criançada não quer saber de dormir."

domingo, abril 23, 2006

Redenção


Redenção é o Parque da minha cidade, o parque da minha infância. Domingo na Redenção é diversidade de pessoas, imagens, cores, sons, arte e artesanato.
Hoje os caminhos estavam cheios de gente e um sol de outono delicioso.
Passear pelo Brique, já presente em poesias, é estar nos caminhos de alegrias e lembranças de uma época sem brique, mas também cheia de belezas.
Porém nem tudo são flores. A cidade sofre a falta de educação de seus cidadãos. Num bairro próximo, o Bom Fim, de padrão elevado, é preciso cuidar onde se pisa. As ruas viraram latrina de cães e de pessoas desassitidas.É preciso olhar por onde se anda e levar consigo, nos passos de chegada e de partida de mais uma visita, apenas as imagens dos caminhos e das belezas, e nada mais mal cheiroso.


"Atravesso a cidade para te ver
Redenção que redime até hoje minhas dores
O sol aquece os primeiros frios que chegaram."

sábado, abril 22, 2006

Impressões

Impressões busca registrar os pensamentos, os sentimentos sobre as observações da vida.
São as verdades colhidas pelos olhos, pela câmera, pelo papel e pelas palavras ouvidas e ditas, pelo silêncio e também aquelas verdades ocasionais, que caem sempre diante da verdade suprema, se descoberta.
Impressões são apenas impressões.